quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

o "caminho" que (já) fizemos...

... enquanto reina a dúvida no ar (originando uma atmosfera de expectativa) sobre o tema do programa "a poesia está na rua" recordamos os temas e os poetas homenageados, das edições anteriores.

1ª edição / 2004
a poesia está na rua
Homenagem a António Ramos Rosa
{.../ Não posso adiar o coração}

2ª edição / 2005
a poesia e o surrealismo
Artur do Cruzeiro Seixas
{Colho uma palavra
há muito abandonada
na areia /...}

3ª edição / 2006
a poesia faz bem à saúde
Manuel António Pina
{... São elas, as tuas palavras, quem diz «eu»;
se tiveres ouvidos suficientemente privados
podes escutar o seu coração
pulsando sob a palavra da tua existência,
entre o para cá de ti e o para lá de ti....}

4ª edição / 2007
fé na poesia
José Tolentino de Mendonça
{... A aurora para a qual todos se voltam
leva meu barco da porta entreaberta}

5ª edição / 2008
ofício de poeta
António Osório
{Se eu fosse uma coisa, amaria ver-me
como comboio-correio. Longo e nocturno,
...}

6ª edição / 2009
pano pramangas
A. M. Pires Cabral
{... Dizem tudo isso dos ciganos. Eu não sei.
Vejo-os vir dos lados de Grijó
e estão todos de frente para mim
e parecem-me gente - nada mais.}

7ª edição / 2010
humor com humor se paga
Rosa Alice Branco
{Não sei se existo, pelo que há algumas probabilidades de eu pensar, ou não. Mas parece que escrevo. Quando escrevo não penso em nada e, raramente, sei o que vou escrever. Mesmo nestas raras ocasiões nunca me sai aquilo que pensava saber. O meu maior vício é escrever tudo o que venha, ou não, a gostar de ter escrito. /...}

8ª edição / 2011
????? (aguardem... ou tentem adivinhar!!!!)


o comissário do programa "a poesia está na rua" é o Jornalista Alberto Serra (desde a primeira edição)

a poesia está na rua

1 comentário:

  1. partilho... convivo com prazer com as palavras do carlos tê


    A VEIA DO POETA

    Carlos Tê



    Cansada do movimento

    Que percorre a linha recta

    Fui ficando mais atenta

    Ao voo da borboleta

    Fui subindo em espiral

    Declarando-me estafeta

    Entre o corpo do real

    E a veia do poeta



    Mas ela não se detecta

    À vista desarmada

    E o sangue que lá corre

    Em torrente delicada

    É a lágrima perpétua

    Sai da ponta da caneta

    Vai ao fim da via láctea

    E cai no fundo da gaveta



    Ai de quem nunca guardou

    Um pouco da sua alma

    Numa folha secreta

    Ai de quem nunca guardou

    Um pouco da sua alma

    No fundo duma gaveta

    Ai de quem nunca injectou

    Um pouco da sua mágoa

    Na veia do poeta

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