quinta-feira, 29 de março de 2012

é um "post" a lembrar o evento de amanhã e um encontro com dois poetas de eleição (dizemos nós e dizemos bem...)

O som do silêncio

Devagar, como se tivesse todo o tempo do dia,
descasco a laranja que o sol me pôs pela frente. É
o tempo do silêncio, digo, e ouço as palavras
que saem de dentro dele, e me dizem que
o poema é feito de muitos silêncios,
colados como os gomos da laranja que
descasco. E quando levanto o fruto à altura
dos olhos,  e o ponho contra o céu, ouço
os versos soltos de todos os silêncios
entrarem no poema, como se os versos
fossem como os gomos que tirei de dentro
da laranja, deixando-a pronta para o poema
que nasce quando o silêncio sai de dentro dela.

Nuno Júdice

O que diz o rato

Tenho um destino. Nasci
para roer o silêncio - e vou roê-lo
metodicamente

até que um dia se  invertam os papéis
e seja o silêncio a roer-me a mim.

A. M. Pires Cabral






nós estamos...
o poeta Vasco Graça Moura também
a poesia iden
e mais ainda... todos os que desejarem passar um bom serão!

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