...são os últimos dias para a
"O uniVerso Pina"
a visita é interessante e a entrada é livre
o espaço é novo mas a memória é "longa"...
visite!
segunda-feira, 15 de abril de 2013
quinta-feira, 28 de março de 2013
O Professor Osvaldo Silvestre (em plena cerimónia de tributo) recomendou a leitura deste poema do MAP. Ei-lo para os que tendo ficado com curiosidade e vontade ainda não o tinham localizado.
O nome do cão
O cão tinha um nome
por que o chamávamos
e por que respondia,
mas qual seria
o seu nome
se o cão obscuramente sabia.
Olhava-nos com uns olhos que havia
nos seus olhos
mas não se via o que ele via,
nem se nos via e nos reconhecia
de algum modo essencial
que nos escapava
ou se via o que de nós passava
e não o que permanecia,
o mistério que nos esclarecia.
Onde nós não alcançavamos
dentro de nós
o cão ia.
E aí adormecia
dum sono sem remorsos
e sem melancolia.
Então sonhava
o sonho sólido em que existia.
E não compreendia.
Um dia chamámos pelo cão e ele não estava
onde sempre estivera:
na sua exclusiva vida.
Alguém o chamara por outro nome,
um absoluto nome,
de muito longe.
E o cão partira
ao encontro desse nome
como chegara: só.
E a mãe enterrou-o
sob a buganvília
dizendo: "É a vida..."
O nome do cão
O cão tinha um nome
por que o chamávamos
e por que respondia,
mas qual seria
o seu nome
se o cão obscuramente sabia.
Olhava-nos com uns olhos que havia
nos seus olhos
mas não se via o que ele via,
nem se nos via e nos reconhecia
de algum modo essencial
que nos escapava
ou se via o que de nós passava
e não o que permanecia,
o mistério que nos esclarecia.
Onde nós não alcançavamos
dentro de nós
o cão ia.
E aí adormecia
dum sono sem remorsos
e sem melancolia.
Então sonhava
o sonho sólido em que existia.
E não compreendia.
Um dia chamámos pelo cão e ele não estava
onde sempre estivera:
na sua exclusiva vida.
Alguém o chamara por outro nome,
um absoluto nome,
de muito longe.
E o cão partira
ao encontro desse nome
como chegara: só.
E a mãe enterrou-o
sob a buganvília
dizendo: "É a vida..."
Nenhuma palavra e nenhuma lembrança, 1999
terça-feira, 26 de março de 2013
Os livros
É então isto um livro,
este, como dizer?, murmúrio,
este rosto virado para dentro
de
alguma coisa escura que ainda
não existe
que, se uma mão subitamente
inocente a toca,
se abre desamparadamente
como uma boca
falando com a nossa voz?
É isto um livro,
Esta espécie de coração (o
nosso coração)
Dizendo ´eu ´ entre nós e
nós?
Como se desenha uma casa
Assírio & Alvim
segunda-feira, 25 de março de 2013
[Uma casa]
Perde-se o corpo na inabitada casa das palavras,
nas suas caves, nos seus infindáveis corredores;
pudesse ele, o corpo, o que quer que o corpo seja,
na ausência das palavras calar-se.
Não, com nenhuma palavra abrirás a porta,
nem com o silêncio, nem com nenhuma chave,
a porta está fechada na palavra porta
para sempre.
O azul é uma refracção na boca, nunca o tocarás,
nem sob ele te deitarás nas longas tardes de Verão
como quando eras música apenas
sem uma casa guardando-te do mundo.
Perde-se o corpo na inabitada casa das palavras,
nas suas caves, nos seus infindáveis corredores;
pudesse ele, o corpo, o que quer que o corpo seja,
na ausência das palavras calar-se.
Não, com nenhuma palavra abrirás a porta,
nem com o silêncio, nem com nenhuma chave,
a porta está fechada na palavra porta
para sempre.
O azul é uma refracção na boca, nunca o tocarás,
nem sob ele te deitarás nas longas tardes de Verão
como quando eras música apenas
sem uma casa guardando-te do mundo.
como se desenha uma casa
map
assírio & alvim
com algum atraso,
é certo,
mas,
quem veio assistir ao tributo ao MAP - Manuel António Pina
sabe que este atraso
faz sentido,
sendo o sentido
aquele que o MAP
lhe dava e com isso os amigos bem podiam... sabemos que os seguidores deste blog também compreenderão!
Pois bem
mais uma edição do programa
"a poesia está na rua"
desta feita com a designação
"o país das pessoas de pernas para o ar - por outras palavras"
o programa virá para cá
imagens e poemas do nosso poeta (desta edição)
também...
p.s é já a seguir a mudança do pendão...
é certo,
mas,
quem veio assistir ao tributo ao MAP - Manuel António Pina
sabe que este atraso
faz sentido,
sendo o sentido
aquele que o MAP
lhe dava e com isso os amigos bem podiam... sabemos que os seguidores deste blog também compreenderão!
Pois bem
mais uma edição do programa
"a poesia está na rua"
desta feita com a designação
"o país das pessoas de pernas para o ar - por outras palavras"
o programa virá para cá
imagens e poemas do nosso poeta (desta edição)
também...
p.s é já a seguir a mudança do pendão...
quarta-feira, 2 de maio de 2012
seduz pensar que, edição a edição, o programa "a poesia está na rua" conquista novos amantes da poesia e nalguns casos, provoca a escrita (quebra a inibição e promove a exposição de alguns e algumas...)
e por falar em "conquista"
CONQUISTA
Vendo todos os meus versos.
«Poeta de compra e venda»
Zombam de mim.
Mas os versos
Haverá quem os entenda?
Vendo na rua, ao balcão,
E, às vezes, até na praia!
E o dinheiro que eles dão
Logo, frívolo, desmaia...
Sonham túlipas na jarra
Do quarto onde ambos dormimos.
E a paz - uma paz bizarra!
Põe-nos, nas pálpebras, limos.
E acordo, só, se outra rima
Lembra, de súbito, a feira.
« - Acima, Gageiro, acima!
Vê se vês a Pátria inteira!»
Por fim, bailo. Tão sozinho
Como os Poetas que o são.
E o oiro sabe-me a vinho...
E os versos sabem-me a pão!
in poíésis "60 poemas escolhidos e apresentados por Manuel Alegre e Paulo Sucena de Pedro Homem de Mello
CONQUISTA
Vendo todos os meus versos.
«Poeta de compra e venda»
Zombam de mim.
Mas os versos
Haverá quem os entenda?
Vendo na rua, ao balcão,
E, às vezes, até na praia!
E o dinheiro que eles dão
Logo, frívolo, desmaia...
Sonham túlipas na jarra
Do quarto onde ambos dormimos.
E a paz - uma paz bizarra!
Põe-nos, nas pálpebras, limos.
E acordo, só, se outra rima
Lembra, de súbito, a feira.
« - Acima, Gageiro, acima!
Vê se vês a Pátria inteira!»
Por fim, bailo. Tão sozinho
Como os Poetas que o são.
E o oiro sabe-me a vinho...
E os versos sabem-me a pão!
in poíésis "60 poemas escolhidos e apresentados por Manuel Alegre e Paulo Sucena de Pedro Homem de Mello
quinta-feira, 26 de abril de 2012
é no próximo domingo e vale bem a deslocação e o tempo que iremos partilhar com a poesia em diferentes sítios...
...é sempre surpreendente e belo! para os habituais, tal afirmação será facilmente compreendida e confirmada, para os estreantes será uma revelação.
...é domingo (dia 29) em são miguel do couto
..é o último evento do "mãos à obra" 2012
...não vamos sentir saudade pois todos os dias criamos e «vemos» poesia...
...2013 vai honrar 2012 e todos os anteriores!
...é a 10ª edição!!!!!!
...é domingo (dia 29) em são miguel do couto
..é o último evento do "mãos à obra" 2012
...não vamos sentir saudade pois todos os dias criamos e «vemos» poesia...
...2013 vai honrar 2012 e todos os anteriores!
...é a 10ª edição!!!!!!
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